Já todos sabemos que a obesidade é um dos principais factores de risco para o aumento das complicações na covid-19: “Um indivíduo obeso tem um aumento de risco de 46% de ter a doença; um aumento do risco de internamento de 113%; um aumento de necessidade de internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos de 74% e um aumento de 48% de mortalidade”. Mais do que nunca temos uma oportunidade de mudar os nossos hábitos alimentares em prol da nossa saúde, sem a desculpa do tempo, do trabalho ou das deslocações. Para isso é importante reconhecer o que correu mal no primeiro confinamento e corrigir os erros, tais como sedentarismo, consumo de snacks processados e o consumo de álcool.

No primeiro confinamento a ausência de rotinas proporcionou um saltar de refeições, petiscar em frente à televisão, ou mesmo quando se estava a trabalhar; aumentou também o consumo de álcool, acompanhado de muitos alimentos processados, como se tratasse uma forma de compensação. Como resultado destes maus hábitos, associados ao sedentarismo, verificou-se um aumento de peso e o agravamento do estado de saúde geral. Mas nem tudo foi mau no confinamento. O aumento das refeições feitas em casa e cozinhadas em casa, já é uma melhoria nos hábitos alimentares bastante significativa.

Assim sendo, este novo confinamento deve ser visto como uma segunda oportunidade para iniciar ou intensificar a atividade física e melhorar as nossas refeições.

Como?

O planeamento é fundamental, sobretudo para quem está em teletrabalho e com as crianças em casa. Planeando o que se vai comer ao longo da semana, torna-se mais simples organizar a lista de compras, reduzindo as idas ao supermercado e resistindo às compras por impulso, normalmente de alimentos menos saudáveis e processados. Já que as crianças estão em casa, inclua-as no planeamento e preparação das refeições.

Nas refeições principais, inclua sempre sopa antes do prato principal e varie na forma como prepara os legumes: em puré, cozidos, salteados em azeite, assado ou grelhados. No que concerne ao consumo de fruta, cerca de três a cinco peças de fruta por dia, incluída como sobremesa ou snack entre refeições. Em alternativa aos acompanhamentos clássicos de arroz, massa ou batata o consumo de leguminosas — feijão, grão, ervilhas, favas — são bem-vindos pois são alimentos ricos em fibra, vitaminas e minerais, que conferem uma maior sensação de saciedade.

O acesso a produtos açucarados, salgados ou com maior teor de gordura deve ser limitado.