Apesar de existir ainda pouco tempo de pandemia, algumas das principais complicações a longo prazo começam já a ser relatadas, nomeadamente a capacidade física, fadiga crónica e dificuldade respiratória. Também o risco de AVC aumenta quer em indivíduos idosos ou jovens/jovens adultos.

É sabido que a obesidade é o segundo fator preditor de necessidade de hospitalização bem como a probabilidade da manutenção destes sintomas a longo prazo ser também maior em indivíduos obesos. Posto isto, a alimentação saudável e o exercício físico ganham ainda mais valor nesta altura.

Que mudanças na alimentação devemos fazer?

Em primeiro lugar devemos manter as nossas rotinas o mais o mais parecidas possível, para quem vai ficar em casa. No entanto, temos mais tempo para cozinhar o que pode ser aproveitado para deixar os alimentos processados um pouco de parte e substituí-los por alimentos de maior qualidade.

Uma vez que estamos mais parados é importante controlar o consumo de hidratos de carbono, principalmente os de menor qualidade nutricional e bem apetecíveis nesta fase – bolachas, pipocas, biscoitos – começando pelo princípio de não ter em casa para não comer. Além dos hidratos de carbono a gordura deve ser reduzida o mais possível – fritos, manteigas, molhos, enchidos – uma vez que são alimentos de elevado valor calórico e pouco potencial de saciedade e manutenção de massa muscular.

Por falar em massa muscular, uma consequência negativa deste confinamento que leva a uma deterioração do estado de saúde, é a perda de massa muscular. Por essa razão é fundamental a manutenção da atividade física aliada a uma alimentação rica em proteína – carnes magras, pescado, ovos e lacticínios.

A nível de sistema imunitário, é importante ter em atenção alguns nutrientes que podem torna-lo mais competente na resposta à infecção, nomeadamente vitamina C (pimentos, agrião, citrinos, kiwi, couves), vitamina E (azeite e frutos gordos), zinco (carne, lacticínios e cereais enriquecidos), betacarotenos (abóbora, cenoura, manga) e se necessário suplementar com vitamina D.

Uma alimentação equilibrada é fundamental o ano todo, no entanto, tendo em conta os tempos que vivemos devemos redefinir as nossas prioridades e a saúde deve estar no topo da lista, sendo a alimentação um fator chave para obtenção da mesma.